Sebo bovino é a segunda matéria-prima mais utilizada na produção de biodiesel



Por
mtcs
15 novembro 19
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Com participação atual por volta de 13% da produção global no Brasil, o sebo bovino é a segunda matéria-prima mais utilizada na elaboração de biodiesel. Devido a expectativa de aumentar a demanda pelo produto, a estimativa de crescimento gradual da mistura no diesel, que hoje é de 11%, é passar para 15%. Com isso, há uma perspectiva que o sebo bovino passe de 600 mil toneladas por ano para próximo de um milhão de toneladas ano para a produção.

As matérias-primas usadas na produção de biodiesel em 2018 foram de 70,07% a partir do óleo de soja e, em seguida, pelo sebo bovino com participação de 13,12%. Em termos de região, o Norte é o maior produtor com cerca de 37%, Sudeste com 33,76%, 24,45% no Nordeste, 13,99% no Sul e 5,96% no Centro-Oeste. Sebo proveniente de suínos e de aves tiveram menor participação, com 2,13% e 0,83%, respectivamente.

As gorduras animais são produzidas pelas indústrias de reciclagem animal, que coletam os resíduos de abates da indústria e as transformam nesta matéria-prima para os biocombustíveis. Aquilo que era resíduo e passivo ambiental passou a gerar energia limpa que substitui o fóssil com todas as externalidades positivas atreladas, afirma Lucas Cypriano, da Associação Brasileira de Reciclagem Animal (ABRA).

Ele conta que a coleta costumava se restringir às áreas mais próximas das indústrias, e muito resíduo de abate da indústria animal deixava de ser coletado. “O problema ambiental não era gerado pelo sebo ou pela indústria, mas pelo resíduo de abate da indústria animal ‘in natura’, ainda cru, na origem, sejam abatedouros ou açougues de pequeno ou médio porte, que simplesmente não era coletado”, explica. “O sebo mais valorado viabilizou a coleta pelas indústrias de reciclagem animal nos frigoríficos e casas de carne com distâncias maiores, viabilizou o uso de transportes mais rápidos, aumentando significativamente o volume coletado, contribuindo de forma significativa para preservação o meio ambiente”, ele ressalta.

Fonte: EMBRAPA